Nossa História

O EDI Claudio Cavalcanti é um espaço público de desenvolvimento infantil para crianças de 2 e 3 anos. Mantido pela Prefeitura do Rio de Janeiro, foi criado a partir de uma iniciativa da Profª Maria Inez Brazuna, Coordenadora da 2ª CRE até dezembro de 2016. Nossas atividades iniciaram-se em fevereiro de 2015 e em poucos meses de uma caminhada muito feliz, realizamos inúmeras atividades que proporcionaram às crianças que aqui estudam, descobertas de novas experiências e desenvolvimento da afetividade. Contamos com uma equipe muito bem preparada para atender a todos os nossos pequenos com qualidade e dedicação. Venha nos conhecer!

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Para entender a Proposta Pedagógica...

Nesse ano de 2018 estamos trabalhando o tempo e os conceitos que ele desperta e nos quais permeamos nossas histórias individuais e coletivas... assim, podemos e devemos ter tempo para brincar, para construir nossa personalidade, para criar afetos, para conhecer a nós mesmos e ao outro, para testar nossos limites corporais, observar os fenômenos da natureza, da vida que surge a cada dia, para aprender a conviver com perdas e frustrações... porque "TUDO É UMA QUESTÃO DE TEMPO"

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Para que seja possível compreender um pouco do projeto de nosso EDI é necessário traçar um panorama sobre os modos como entendemos as crianças e a formação que pretendemos construir.
Olhar para as crianças como agentes ativos no processo de formação do projeto pedagógico e dos planos de ação é fundamental. Aqui o professor atua como mediador da construção do conhecimento, fornecendo os aparatos necessários para o processo ensino e aprendizagem. Ao nos colocarmos com uma postura sensível à fala e às ações das crianças, garantimos nosso papel de professor mediador das ações, o que nos dá maiores possibilidades de agir e legitimar o processo educativo.
Acreditamos no trabalho com projetos por considerá-lo um importante recurso, uma metodologia de trabalho destinada a dar significado ao conteúdo, valorizando o que cada um já sabe e respeitando o que desejam aprender. A criança deve ser percebida como um ser integral, em desenvolvimento, capaz de construir conhecimentos, desenvolver habilidades e atitudes a partir de suas experiências. Assim, torna-se protagonista do processo educativo, com participação efetiva na resolução de problemas e dificuldades.
Na Pedagogia de Projetos a criança não é vista de forma isolada, mas em constante interação com outros sujeitos e com o meio ao seu redor. O mais importante no trabalho com projetos é o tratamento dispensado ao tema e não o tema em si mesmo. O papel do educador em suas intervenções é o de estimular, observar e mediar, criando situações de aprendizagens significativas. Pensando em uma prerrogativa de Benjamin, de que tudo o que vivemos nos constitui como possibilidade, entendemos que a escola tem o papel fundamental de ampliar os possíveis caminhos pelos quais as crianças podem seguir. Com base no que é proposto por Maria Carmem Barbosa e Maria das Graças Horn (2009) encontramos os subsídios para a construção do nosso fazer cotidiano.

O objetivo da educação infantil, do ponto de vista do conhecimento e da aprendizagem, é o de favorecer experiências que permitam a apropriação e a imersão em sua sociedade, através das práticas sociais de sua cultura, das linguagens que essa cultura produz, e produziu, para construir, expressar e comunicar significados e sentidos. (BARBOSA, p.47, 2009)

            A criança, por intermédio das atividades lúdicas, atua, mesmo que simbolicamente, nas diferentes situações vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos e atitudes. É a partir do brincar que a criança apropria-se de novos conhecimentos e amplia possibilidades de usar a imaginação, levantar hipóteses, formular questionamentos e planejar ações a fim de que suas vivências sejam repletas de significado. Walter Benjamin (2002) reflete sobre a brincadeira na educação infantil como agente formador da bagagem cultural de cada indivíduo e acrescenta:

Pois é o jogo, e nada mais, que dá à luz todo hábito. Comer, dormir, vestir-se, lavar-se devem ser inculcados no pequeno irrequieto de maneira lúdica, com o acompanhamento do ritmo de versinhos. O hábito entra na vida como brincadeira, e nele, mesmo as suas formas mais enrijecidas, sobrevive até o final o restinho da brincadeira. Formas petrificadas e irreconhecíveis de nossa primeira felicidade, de nosso primeiro terror, eis o que são os hábitos. E mesmo o pedante mais insípido brinca, sem saber, de maneira pueril, não infantil, brinca ao máximo quando é pedante ao máximo. Acontece apenas que ele não se lembrará de suas brincadeiras; somente para ele uma obra como essa permaneceria muda. Mas quando um poeta moderno diz que para cada um existe uma imagem em cuja contemplação o mundo inteiro submerge para quantas pessoas essa imagem não se levanta de uma velha caixa de brinquedos? (BENJAMIM, 2002)


A imaginação e a criatividade das crianças não tem limite, o que favorece o desenvolvimento de suas potencialidades e a exploração e apropriação de suas múltiplas linguagens, como das artes, que possibilita a transdisciplinaridade das diversas áreas do conhecimento.

A essência do brincar é como diz Benjamin (2002), a “transformação da experiência mais comovente em hábito”, não é a simples reprodução do cotidiano, mas o repensar do mundo pela criança. Nesse sentido, é necessário observar e escutar as pistas que as crianças deixam ao longo do percurso a fim de direcionar o trabalho pedagógico nos diferentes momentos de interação. Assim nascem nossos projetos! 


  • Cantos diversificados

     A CRIANÇA, NO DIA A DIA, TAMBÉM ESCOLHE COMO E COM O QUÊ BRINCAR!

     Os cantos diversificados são estratégias para flexibilizar a rotina, respeitar o tempo e os interesses de cada criança, onde são disponibilizados materiais que promovam oportunidades de construção do conhecimento e desenvolvimento das diversas linguagens: simbólica, lúdica, artística, escrita, literária, científica, lógica etc. 


  • Material não estruturado
E OS MATERIAIS NÃO ESTRUTURADOS?

     São os vários materiais/objetos que, na maioria das vezes, estão presentes na nossa rotina, e que por meio da imaginação e da criatividade das crianças são transformados e “viram” muitas coisas interessantes. As brincadeiras que o digam!
     É só darmos às crianças diferentes possibilidades de experimentarem, explorarem, sentirem e deixarem a imaginação fluir, que elas criam um rico repertório brincante.   
     Já vimos muitas latas “virarem” tambores, garrafas “virarem” foguetes e tubarões, gravetos, folhas e terra do nosso bosque “virarem” deliciosos quitutes, entre outras criações.


  • Nossa relação com a natureza

TAMBÉM SOMOS NATUREZA!


     “A natureza tem a força necessária para despertar um campo simbólico criador na criança.”                        Gandhy Piorski
                                                             
     Riqueza imensurável nossas crianças terem seus pés e joelhos sujos de terra após brincarem no bosque ou no parque do EDI CLAUDIO CAVALCANTI!
     Dando asas à imaginação, gravetos e folhas “viram” colheres, barcos, comidinhas e, até, robôs.
    Os desafios e as movimentações ficam por conta dos circuitos naturais que as próprias crianças criam e recriam, num sobe e desce pelos troncos e raízes das árvores, que já são amigas e compõem as brincadeiras. 

  • Pedagogia de projetos 

COMO NASCEM OS PROJETOS?

     Precisamos ativar nossas antenas de percepção e sensibilidade para intuirmos, criarmos e planejarmos propostas que, através das brincadeiras e interações, provoquem as crianças e as despertem para questionamentos.
     Esse é o pontapé para identificarmos temas e construirmos projetos com os pequenos.



  • Instalações

    Em consonância com os projetos desenvolvidos em cada turma, nossas crianças, orientadas pelas professoras, saíram mais uma vez da sala para explorar o mundo real.  A turma do Maternal I B, da profª Fernanda, criou uma parede musical para uso coletivo. As turminhas adoraram e criaram novos e divertidos sons! E a turma da profª Simone criou uma instalação de vasos comunicantes, utilizando a água liberada pelo ar condicionado... isso é artes, ciência e vida!












 
Por que, de tempo em tempo, surgem novas instalações no nosso espaço?

     Cada turma apresenta e divide com as outras crianças do EDI as ideias e descobertas que surgem nos projetos. A proposta é, também, trazer novas possibilidades de brincadeiras e interações, modificando os espaços e dando novos significados a eles.




    


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