Nesse ano de 2018 estamos trabalhando o tempo e os conceitos que ele desperta e nos quais permeamos nossas histórias individuais e coletivas... assim, podemos e devemos ter tempo para brincar, para construir nossa personalidade, para criar afetos, para conhecer a nós mesmos e ao outro, para testar nossos limites corporais, observar os fenômenos da natureza, da vida que surge a cada dia, para aprender a conviver com perdas e frustrações... porque "TUDO É UMA QUESTÃO DE TEMPO"
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Para que seja possível compreender um pouco do projeto de nosso EDI é necessário traçar um panorama sobre os modos como entendemos as crianças e a formação que pretendemos construir.
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Para que seja possível compreender um pouco do projeto de nosso EDI é necessário traçar um panorama sobre os modos como entendemos as crianças e a formação que pretendemos construir.
Olhar para as
crianças como agentes ativos no processo de formação do projeto pedagógico e
dos planos de ação é fundamental. Aqui o professor atua como mediador da
construção do conhecimento, fornecendo os aparatos necessários para o processo
ensino e aprendizagem. Ao nos colocarmos com uma postura sensível à fala e às
ações das crianças, garantimos nosso papel de professor mediador das ações, o
que nos dá maiores possibilidades de agir e legitimar o processo educativo.
Acreditamos no
trabalho com projetos por considerá-lo um importante recurso, uma metodologia
de trabalho destinada a dar significado ao conteúdo, valorizando o que cada um
já sabe e respeitando o que desejam aprender. A criança deve ser percebida como
um ser integral, em desenvolvimento, capaz de construir conhecimentos, desenvolver
habilidades e atitudes a partir de suas experiências. Assim, torna-se
protagonista do processo educativo, com participação efetiva na resolução de
problemas e dificuldades.
Na Pedagogia
de Projetos a criança não é vista de forma isolada, mas em constante interação
com outros sujeitos e com o meio ao seu redor. O mais importante no trabalho
com projetos é o tratamento dispensado ao tema e não o tema em si mesmo. O
papel do educador em suas intervenções é o de estimular, observar e mediar, criando
situações de aprendizagens significativas. Pensando em uma prerrogativa de
Benjamin, de que tudo o que vivemos nos constitui como possibilidade,
entendemos que a escola tem o papel fundamental de ampliar os possíveis
caminhos pelos quais as crianças podem seguir. Com base no que é proposto por
Maria Carmem Barbosa e Maria das Graças Horn (2009) encontramos os subsídios
para a construção do nosso fazer cotidiano.
O objetivo da educação infantil, do
ponto de vista do conhecimento e da aprendizagem, é o de favorecer experiências
que permitam a apropriação e a imersão em sua sociedade, através das práticas
sociais de sua cultura, das linguagens que essa cultura produz, e produziu,
para construir, expressar e comunicar significados e sentidos. (BARBOSA, p.47, 2009)
A
criança, por intermédio das atividades lúdicas, atua, mesmo que simbolicamente,
nas diferentes situações vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos e
atitudes. É a partir do brincar que a criança apropria-se de novos
conhecimentos e amplia possibilidades de usar a imaginação, levantar hipóteses,
formular questionamentos e planejar ações a fim de que suas vivências sejam
repletas de significado. Walter Benjamin (2002) reflete sobre a brincadeira na
educação infantil como agente formador da bagagem cultural de cada indivíduo e acrescenta:
Pois é o jogo, e nada mais, que dá à
luz todo hábito. Comer, dormir, vestir-se, lavar-se devem ser inculcados no
pequeno irrequieto de maneira lúdica, com o acompanhamento do ritmo de
versinhos. O hábito entra na vida como brincadeira, e nele, mesmo as suas
formas mais enrijecidas, sobrevive até o final o restinho da brincadeira.
Formas petrificadas e irreconhecíveis de nossa primeira felicidade, de nosso
primeiro terror, eis o que são os hábitos. E mesmo o pedante mais insípido
brinca, sem saber, de maneira pueril, não infantil, brinca ao máximo quando é
pedante ao máximo. Acontece apenas que ele não se lembrará de suas
brincadeiras; somente para ele uma obra como essa permaneceria muda. Mas quando
um poeta moderno diz que para cada um existe uma imagem em cuja contemplação o
mundo inteiro submerge para quantas pessoas essa imagem não se levanta de uma
velha caixa de brinquedos? (BENJAMIM, 2002)
A imaginação e
a criatividade das crianças não tem limite, o que favorece o desenvolvimento de
suas potencialidades e a exploração e apropriação de suas múltiplas linguagens,
como das artes, que possibilita a transdisciplinaridade das diversas áreas do
conhecimento.
A essência do brincar é como diz Benjamin (2002), a “transformação
da experiência mais comovente em hábito”, não é a simples reprodução do
cotidiano, mas o repensar do mundo pela criança. Nesse sentido, é necessário
observar e escutar as pistas que as crianças deixam ao longo do percurso a fim
de direcionar o trabalho pedagógico nos diferentes momentos de interação. Assim
nascem nossos projetos!
- Cantos diversificados
A CRIANÇA, NO DIA A DIA, TAMBÉM ESCOLHE
COMO E COM O QUÊ BRINCAR!
Os cantos
diversificados são estratégias para flexibilizar a rotina, respeitar o tempo e
os interesses de cada criança, onde são disponibilizados materiais que promovam
oportunidades de construção do conhecimento e desenvolvimento das diversas
linguagens: simbólica, lúdica, artística, escrita, literária, científica,
lógica etc.
- Material não estruturado
E
OS MATERIAIS NÃO ESTRUTURADOS?
São os vários materiais/objetos que, na
maioria das vezes, estão presentes na nossa rotina, e que por meio da
imaginação e da criatividade das crianças são transformados e “viram” muitas
coisas interessantes. As brincadeiras que o digam!
É só darmos às crianças diferentes
possibilidades de experimentarem, explorarem, sentirem e deixarem a imaginação
fluir, que elas criam um rico repertório brincante.
Já vimos muitas latas “virarem” tambores,
garrafas “virarem” foguetes e tubarões, gravetos, folhas e terra do nosso
bosque “virarem” deliciosos quitutes, entre outras criações.
- Nossa relação com a natureza
TAMBÉM SOMOS NATUREZA!
“A
natureza tem a força necessária para despertar um campo simbólico criador na
criança.” Gandhy Piorski
Riqueza
imensurável nossas crianças terem seus pés e joelhos sujos de terra após
brincarem no bosque ou no parque do EDI CLAUDIO CAVALCANTI!
Dando
asas à imaginação, gravetos e folhas “viram” colheres, barcos, comidinhas e,
até, robôs.
Os desafios
e as movimentações ficam por conta dos circuitos naturais que as próprias
crianças criam e recriam, num sobe e desce pelos troncos e raízes das árvores,
que já são amigas e compõem as brincadeiras.
- Pedagogia de projetos
COMO NASCEM OS PROJETOS?
Precisamos
ativar nossas antenas de percepção e sensibilidade para intuirmos, criarmos e
planejarmos propostas que, através das brincadeiras e interações, provoquem as
crianças e as despertem para questionamentos.
Esse é o
pontapé para identificarmos temas e construirmos projetos com os pequenos.
Por que, de tempo em tempo, surgem novas instalações no nosso espaço?
- Instalações
Em consonância com os projetos desenvolvidos em cada turma, nossas crianças, orientadas pelas professoras, saíram mais uma vez da sala para explorar o mundo real. A turma do Maternal I B, da profª Fernanda, criou uma parede musical para uso coletivo. As turminhas adoraram e criaram novos e divertidos sons! E a turma da profª Simone criou uma instalação de vasos comunicantes, utilizando a água liberada pelo ar condicionado... isso é artes, ciência e vida!
Por que, de tempo em tempo, surgem novas instalações no nosso espaço?
Cada turma apresenta e divide com as outras crianças do EDI as ideias e descobertas que surgem nos projetos. A proposta é, também, trazer novas possibilidades de brincadeiras e interações, modificando os espaços e dando novos significados a eles.
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